Medidas a tomar para o fim da tirania
Actualmente, os conflitos mais fatais do mundo não ocorrem entre estados mas no seio dos mesmos, opondo tiranos às populações por eles oprimidas. É geralmente aceite que tais populações oprimidas dispõem de duas escolhas: conformarem-se com a tirania, na esperança de que a mesma evolua para algo mais brando, ou encetar uma insurreição para conquistar a liberdade. Esta visão limitada é refutada pelo facto de as campanhas de resistência civil (por vezes, designadas de movimentos de “Poder Popular” ou conflitos não-violentos) terem ocorrido de forma muito mais frequente do que se pensa. Desde 1900, tem ocorrido, em média, por ano, uma campanha importante de resistência civil que desafia um governante no poder. Desde 1972 que estes movimentos liderados pelos cidadãos têm definido cada vez mais os resultados dos conflitos geopolíticos e transacções democráticas mais significativos. No entanto, os decisores políticos, académicos, jornalistas e outros observadores interessados subvalorizam de forma consistente esta capacidade de cidadãos comuns abalarem a tirania e conquistarem direitos sem recurso a violência.
Editors: Mathew Burrows and Maria J. Stephan
The Atlantic Council, Washington, DC — 2015
Tradução: JPD Systems, September 2017